O Riverine Archive representa uma tentativa de catalogar as diversas atividades dos Phi Books, projeto realizado desde 2008 pelas artistas e pesquisadoras Alexandra Antonopoulou e Eleanor Dare.
O cerne dos Phi Books é o desenvolvimento de metodologias que possibilitem a comunicação e o aprendizado através de barreiras disciplinares. Inspirado pelo legado de formas algorítmicas e interativas, o projeto se apropria do objeto-livro como um modelo para estruturas compartilhadas entre diversos modos de saber, e busca explorar as contingências desta e de outras plataformas de escrita como um trampolim para a colaboração.
Frequentemente, Antonopoulou e Dare lançam mão de espaços informacionais como um ponto de encontro entre as suas práticas, jogando com a perda do controle e o atrito com o meio no intuito de gerar performances, gráficos, histórias e simulações.
Neste projeto de memória, não poderia ter sido diferente. O Riverine Archive se vale da forma cambiante do rio para produzir um acervo disfuncional, em que os registros flutuam ao sabor das ondas, e só podem ser acessados de maneira fragmentada.
Esse gesto brechtiano nos convida ao distanciamento crítico e põe em suspeita as possibilidades de imersão e de automação da empatia prometidas pela realidade virtual. Talvez a tecnologia não seja capaz de nos livrar completamente da ameaça – ou da promessa de libertação – simbolizada pelo esquecimento.